sexta-feira, 8 de maio de 2020

Indicação: The Midnight Gospel

Fala pessoal, Corvo de volta. Mas Corvo, o que poderia ser tão bom assim que te trouxe de volta para seu blog morto. Bom, está aí no título né, mas eu vou explicar.
Primeiramente vamos às informações técnicas, como de costume. A animação “The midnight gospel” é uma obra conjunta do criador de “Hora de Aventura”, Padleton Ward, e do comediante Duncan Trussell. O programa tem oito episódios com pouco mais de 20 minutos cada, e foi ao ar na segunda metade de Abril de 2020, estando disponível na Netflix.


Superficialmente, o enredo trata de um rapaz/homem tentando o sucesso no ramo de podcast (spacecast para ser mais exato). A personagem principal, viaja por simulações de planetas para entrevistar indivíduos bastante específicos, fazendo questionamentos filosóficos e espirituais.
Mas e daí? O que tem de tão grandioso assim? Eu voltei a escrever devido a maneira como alguns dos episódios me moveram profundamente. Logo no primeiro episódio, que trata do uso de drogas, foi possível observar o tom profundo e questionador da animação. A arte é bastante psicodélica, e numa primeira impressão, você pode, assim como eu, pensar que os acontecimentos de fundo de cenário tem pouca relação com a entrevista...
...but boy, I was wrong.
                Alguns dos episódios tem a mensagem propositalmente deturpada pelas resoluções, e pela maneira como Clancy perpetua sua situação, e, a despeito do que diz, continua com seus hábitos tóxicos de negar a realidade.
                O sofrimento do protagonista torna-se mais palpável a cada episódio. A verdade é que foi muito fácil me identificar com Clancy, mesmo que as atitudes dele me revoltassem momentaneamente. Por isso, refleti muito a meu respeito. É essa experiência que acredito valer seu tempo.

Capítulo 8
                O real motivo de eu estar aqui pode ser encontrado nos episódios três e oito (final). Primeiramente, são filosofias bastante pontuais e não representam a temática completa do episódio. Mas o que quero apontar é que, depois de todos esses anos, foi preciso uma animação para me ensinar o real poder das palavras, longe de todo o misticismo que a fé imbui na expressão “poder”. Aparentemente trata-se de concretizar internamente a sua intenção. Expressar verbalmente parece estabelecer de fato a sua intenção no seu inconsciente, por isso a necessidade de falar positivamente, para estabelecer uma visão mais saudável e feliz da realidade.
                Eu não vou me alongar nessa filosofia, porque ainda preciso dizer o que observei no último episódio. Nesse episódio fica mais claro que Clancy é uma expressão de Duncan dentro da própria obra. O episódio transita entre ciclos da vida para pontuar a necessidade da aceitação daquilo que está além do nosso controle. No entanto, o que me marcou está na apresentação do indivíduo revoltoso, tão frustrado com não conseguir o que deseja, que quando alcança, repudia. É muito complicado expressar o que isso significou para mim e como me levou novamente a analisar minhas ações diante da falha, por isso, eu trouxe este post.

A morte, que precisa de um alívio cômico para ser encarada.
                Eu queria agradecer aquele que tirar cinco minutos do seu dia para ler minhas palavras. Escrevi este post não somente para indicar esse desdobramento filosófico em meio a quarentena do COVID-19, mas também para tentar expressar e organizar os sentimentos que a obra me gerou. Sinceramente desejo que assistam minha indicação, pois essa não passa de uma análise superficial que primeira observação. Se puderem tirar as próprias conclusões, eu adoraria um diálogo a respeito aqui nos comentários.
Muito obrigado e até a próxima.

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